quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

“Agora Não! Duarte". Reflexões à volta de um livro...

Ana França, Henrique Santos e Leonor Albuquerque
Sexta-feira, 13 de Fevereiro de 2009, 21h

A importância do sim.
A importância do não.
A importância do diálogo, do olhar e da troca entre pais e filhos.
Na sexta-feira, 13, um grupo de 29 reuniu-se para construir uma história e colocar em comum um conjunto de saberes e de experiências sobre o “sim” e o “não” que aprendemos, que dizemos e ensinamos a dizer ao longo da vida.

E se o “sim”, o reforço positivo e a relação afectiva são importantes para ajudarmos a crescer os nossos filhos com confiança e esperança, o “não” tem igual importância para que sejam, amanhã, adultos que saibam lidar com a frustração e digam “não” aos consumos nocivos, à má conduta e às más companhias. Como tudo na vida, há que haver equilíbrio entre o “não” e o “sim”, pois é esse balanço que permite uma vida equilibrada e feliz.

A comunicação acontece aqui e agora. Não antes, não depois. A comunicação é, acima de tudo, presencial, com a urgência do tempo, a urgência do “agora”.

A pouco e pouco, pela qualidade da comunicação e da relação que se constrói, as presenças dos adultos referenciais vão ficando presenças interiores na criança, que vai assim conseguindo também fruir de momentos sozinha, porque aprendeu a segurança na relação com os seus adultos de referência. Assim, é na segurança da relação afectiva que a criança aprende a gerir o afastamento do adulto e a gerir os momentos em que, por força das circunstâncias, está só/solitário, mas não abandonado, ou em que opta por se ocupar sozinho, tranquilamente, prazerosamente, aprendendo de forma gradual a construir o seu espaço de privacidade.

“Agora” é a oportunidade de tecer os tais tempos de qualidade e fazer a aprendizagem de gerir esses tempos: brincar, ler, jogar…mas também dividir e partilhar as tarefas que constituem o suporte e a rotina da família e em que as crianças, não sendo “deixadas de fora”, vão entendendo as tais “coisas para fazer” que os adultos tão sistematicamente referem e, que aos seus olhos, mais parecem meras desculpas e abandono (“têm sempre na boca”!).

Partilhadas, “as coisas” do mundo dos adultos ganham assim outro sentido: o sentido da cumplicidade, da colaboração, de se tornarem coisas para todos fazermos e não as coisas da mãe ou do pai fazerem e que os “roubam” à companhia dos filhos…

Agora, a comunicação acontece quando “olhamos nos olhos”, quando “dedicamos tempo”, quando encontramos (inventamos!) paciência!

Educar é comunicar.
Educar é ouvir, negociar, estar presente, aceitar.
Educar é dizer “sim” mas também saber dizer “não” e aprender a explicar, a conversar sobre os “sins” e os “nãos”… Porque o “não” permite fortalecer, permite encontrar formas de melhorar o desempenho e a capacidade de resistir e quando permite gerir positivamente a frustração, ele origina e desenvolve a capacidade de resiliência. Mostra-nos também o caminho e ajuda-nos a crescer, aceitando também as razões e os pontos de vista dos outros, ensina-nos a viver com a nossa circunstância, mas conciliando-a com as circunstâncias dos outros e as resultantes de várias condicionantes que a vida nos vai fazendo enfrentar e viver…

Na sexta-feira treze de Fevereiro, um grupo de pais, mães, professores, amigos reuniu-se para falar da importância de dizer “sim”… ou dizer “não”!

E foi muito bom o espaço de partilha, de cumplicidade, de diálogo e de união.
Venham mais dias assim!

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